Ler este texto significa, antes de mais, tomar consciência de que a evolução tecnológica deu lugar a uma verdadeira revolução tecnológica da qual nós passámos verdadeiramente a ser a máquina porque deixámos de ser espetadores para interagir ativamente na rede. De um para todos (Web 1.0), passámos a ser todos para um (Web 2.0) e já se vislumbra a semântica (Web 3.0) e a inteligência artificial (Web 4.0). Assustador, diria eu, se pensarmos que, nos dias de hoje, os nossos alunos, os utilizadores por excelência das nossas bibliotecas escolares, mal conseguem ler e dissecar as ideias fundamentais de um texto.
Num século em que
tudo se encontra à distância de um clique, em que nos exigem uma participação
ativa e crítica nesta sociedade da informação, pergunto-me como poderemos nós,
educadores, ajudar os alunos a construir o seu próprio conhecimento?
Esta nova forma de as pessoas se relacionarem com
a Internet que define a Web 2.0 exige que os alunos sejam capazes de
identificar, compreender, distinguir, explicar a informação por forma a serem
capazes de a transformar em conhecimento, o que implica, aí sim, ter uma nova
ATITUDE!
Sei que estamos bem
longe das horas passadas numa biblioteca municipal, copiando avidamente informações
de uma enciclopédia amarelada dos anos… mas nesta nova era em que as
informações nos chegam de todo o lado, a toda a hora, sem que nós as
procuremos, pergunto-me se estamos a conseguir fazer dos nossos jovens cidadãos
autónomos, conscientes e críticos neste mundo global?
Quero acreditar que
a Web 2.0 nos ensina a todos a gerir melhor a informação porquanto somos, de
facto, parte interessada neste processo irreversível… Quero acreditar que
somos, na verdade, capazes de provocar nos nossos alunos o desejo profundo de
serem agentes do seu próprio conhecimento. Se, por exemplo, as redes sociais, o
post em tempo real, o cruzamento de
informações, a colaboração e a participação nos wikis, paradigma da Web 2.0, forem a ponte para este feito heroico
estaremos no bom caminho…
Das próximas webs,
associadas ao desenvolvimento da
semântica e de novas linguagens de programação, ainda nem sequer consigo
compreender a verdadeira dimensão das mesmas, até porque, confesso, ainda não
estou na era dos Ipads ou dos Iphones… portanto, facilmente se
compreende a minha dificuldade em assimilar o conceito de “semântica” associada
à web.
Perante isto,
resta-nos a questão central: como fazer com que a pedra que cai no lago provoque tantas ondas que faça da
biblioteca tradicional uma biblioteca 2.0 (David Lee King)? Em primeiro lugar,
formação é a palavra-chave para quem está à frente de uma biblioteca escolar;
em segundo, tempo para a partilha, o trabalho colaborativo, a implicação com o
utilizador e o envolvimento com a comunidade.
Sejamos realistas… este
paradigma pede-nos uma mudança de horizonte, interação com os utilizadores,
experimentação e até a criação de uma comunidade digital a uma velocidade voraz
assim como voraz é o tempo de que dispomos nas escolas para interagir com o
nosso colega do lado!
Vamos acreditar que
num futuro próximo sejamos imunes à falta de tempo que nos assola e que sejamos
os motores desta biblioteca global, interativa e virtual!
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