O texto em apreciação
começa por colocar a tónica no conceito de que a revolução tecnológica, na
forma da Web 2.0, nos coloca a nós, utilizadores, no centro do furação. Já não
temos de ser passivos utilizadores da informação veiculada, mas podemos e
devemos ser cada vez mais ativos colaborantes, construtores dum saber que se
vai alargando a cada intervenção. Destaco que, nesta nova forma de estar, a Web
exige de nós não só a capacidade de intervenção criativa, mas também a de
intervir criticamente, avaliando os conteúdos oferecidos, seguindo-os na sua
evolução, ajudando a que o pensamento neles apresentado possa sempre crescer e
enriquecer-se. Ou contrariando-o, assim promovendo o debate de ideias.
Tudo isto implica, como o
texto frisa, “uma nova atitude e uma nova forma de as pessoas se relacionarem
com a Internet: a rede deixa de ligar apenas máquinas, passa a unir pessoas, um
processo com implicações sociais profundas”.
Este, a meu ver, é um dos
aspetos mais aliciantes desta inovação, mas também um dos mais potencialmente
perigosos. As redes sociais, forma generalizada deste intercâmbio, tanto podem
vir em benefício da socialização à distância, fazendo com que o mundo seja uma
aldeia sem fronteiras, como, todos o sabemos, podem trazer à tona as piores
intenções e as mais malévolas realizações do génio humano. É aqui, parece-me,
que se pode ver uma das tarefas dos professores e, em concreto, dos professores
bibliotecários, atuando para que, no domínio efetivo das literacias
comunicacionais, os nossos alunos, nosso público preferencial, fiquem mais
preparados e alerta para descodificarem os sinais de potenciais perigos.
Entretanto, a Web já se
está a preparar para um novo salto, e já se fala da Web 3.0 e mesmo 4.0.
Confesso que o conceito de Web semântica ainda não está totalmente claro para
mim. Imagino que pressupõe a Web como uma gigantesca base de indexação,
permitindo buscas muito direcionadas, mas não estou de todo segura de que seja
isso. A ver vamos, até porque a preocupação agora é aprender a tirar partido
daquilo que temos à frente e isso é a Web 2.0, a web interativa. Mais, a
aprender a fazer com que a Biblioteca, e por inerência os seus utilizadores,
tire partido da Web 2.0.
“Centrada
no utilizador;
Disponibilizar uma experiência multimédia;
Ser socialmente
rica;
Ser inovadora
ao serviço da comunidade”.
Este paradigma implica
naturalmente disponibilidades de tempo e de mentalidades, mas pressupõe
sobretudo uma constante atualização do professor bibliotecário e de toda a
equipa da biblioteca, em relação às novidades que a cada minuto surgem na Web,
e imensas capacidades de congregação de esforços, no sentido de ser capaz de
mobilizar a comunidade escolar para esse esforço de atualização e de
utilização.
Todos conhecemos as
resistências à mudança, todos sabemos que muitas das nossas escolas veem o
parque informático como uma miragem, e todos vemos que a maioria dos nossos alunos
usa a Web como meio de entretenimento ou como forma de rapidamente “despachar”
tarefas obrigatórias mais ou menos aborrecidas (o método “copia e cola” sendo o
mais utilizado e mandando – se o sentido crítico às urtigas).
Hercúlea tarefa, diria
eu, até porque, verdade seja dita, a primeira mentalidade que temos de formatar
(leia-se, mudar) é a nossa.
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