Não é tarde para saber mais – reflexão final
Nunca aprendemos de mais, esta é a primeira conclusão a tirar no final desta formação, quase rivalizando com o Sr. De La Palisse. Mesmo sabendo que ele não deve nunca sequer ter sonhado com a Web 2.0.
Eu, que continuo muito mais agarrada ao fascínio dos livros de
papel, fico sempre perplexa com as possibilidades que estas novas ferramentas
da Web nos oferecem. Ao mesmo tempo, questiono-me sobre a viabilidade da sua
utilização na biblioteca escolar. Ou, mais acertadamente, sobre a minha
capacidade para saber tirar partido delas.
Fazer um blogue não foi novidade para mim. Já tinha feito um para a
biblioteca da Secundária Vitorino Nemésio (e outros experimentais), mas sempre
fui ficando com a sensação frustrada de que a resposta do público-alvo fica
aquém das espectativas. Mesmo quando leio blogues de outras pessoas, a sensação
com que fico, com raríssimas exceções, é a de que aqueles “autores” se devem
sentir sós. Muito pouca gente reage com comentários às postagens que vão sendo
feitas. Mea culpa, eu sou uma delas,
raramente me faço ouvir na rede.
Seja como for, já tenho “bisbilhotado” blogues de outras escolas e
noto realmente a falta de interação. Eles estão a servir mais como jornal
divulgador de atividades do que como veículos de comunicação interativa e colaborativa,
que é o princípio fundamental da Web 2.0.
A verdade, no entanto, é que no que respeita à Web, é fácil sentirmo-nos
obsoletos. Quantas coisas novas, com imensas possibilidades, nos foram
mostradas nesta formação!
O tempo de formação não chegou para apreender tudo, mas diante dos
meus olhos abriu-se todo um mundo que desconhecia e que agora vou querer
explorar. Para já, percebi a imensa utilidade que estas novas ferramentas podem
ter para mim, falta-me agora aprender a tirar partido delas para as pôr ao
serviço dos utentes da biblioteca.
Até porque uma coisa é saber que existem, outra coisa é saber
mexer-lhes e outra coisa ainda saber usá-las para benefício da escola. Já dizia
o poeta que “essa coisa é que é linda” e é dela que agora me vou lançar na
procura.
Quanto à formação, em si, eu teria preferido ter mais horas
presenciais e menos de trabalho em casa. Praticar diante dos formadores e em
grupo parece-me mais produtivo e útil. Ainda assim, mas dentro deste conceito,
fazer o blogue, gravar e publicar o ficheiro áudio e, sobretudo, fazer o filme “O
baile da biblioteca”, foram tarefas extremamente gratificantes, precisamente
porque foram feitas em grupo, foi em grupo que ultrapassámos as dificuldades e
podemos confirmar que realmente nenhum homem é uma ilha. Fiquei mesmo com
vontade de fazer mais coisas, parecem-me ferramentas com muitas possibilidades,
quer para a biblioteca propriamente dita, quer para as aulas.
Não cheguei a participar da sessão síncrona. Alertaram-me para
perigos inerentes à instalação do Teamviewer e tive algum receio. Até porque,
para instalar seja o que for no computador, sou uma completa analfabeta. As
minhas desculpas por isso.
As leituras, quer as
obrigatórias quer as facultativas, com as ferramentas que são sugeridas em
todas elas, pareceram-me muito úteis. Claro que não tive tempo para as explorar
todas, ou mesmo para perceber na totalidade como tirar partido delas na
biblioteca, mas saber que existem é agora o pretexto para começar a explorá-las
e a percebê-las.
Sabemos que as mentalidades são o mais difícil de mudar. O uso de
algumas destas ferramentas, por exemplo as redes sociais, pode implicar o
travar de uma batalha dentro da escola. Por exemplo, com que cara proponho aos
alunos que sejam amigos ou fãs da Biblioteca no Facebook (que é a rede social
da moda) se na escola o acesso ao mesmo Facebook está bloqueado?
Além disso, não é de somenos importância o fator tempo. Todas estas
atividades exigem muito tempo – pensá-las, concretizá-las, publicá-las,
responder a eventuais interações, implicam horas de trabalho que nem sempre
sabemos onde ir buscar.
Mas, chega de olhar enviesado. Se temos de encarar o futuro, há que
encará-lo de frente. E o futuro da biblioteca escolar passa pela Web, sem
dúvida!
Então, o que há a fazer é não perder este TGV (sim, porque o outro
já se foi) da informação e aprender a virar estas inovações a favor do saber,
do conhecimento e da leitura. Que, para voltar ao princípio, como a pescadinha
de rabo na boca, ainda são a forma mais salutar de estar neste mundo.
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